Quem nunca ouviu falar do famoso Arcos da Lapa? Você pode até não conhecer a cidade do Rio de Janeiro, mas com certeza já viu esse ponto turístico que fica no Centro da cidade na região da Lapa em alguma foto ou até mesmo em produções do cinema americano, como no penúltimo filme da Saga Crepúsculo.
O que talvez quase ninguém saiba é que os Arcos da Lapa na verdade se chamam Aqueduto Carioca e o seu nome famoso, na verdade, não passa de um nome popular, que acabou ganhando força e tornou-se a sua principal nomenclatura.
Os Arcos da Lapa ou Aqueduto Carioca é listada como a obra arquitetônica de porte de mais importância construída no Brasil no período colonial e atualmente, além desse título, recebe o de um dos cartões postais da cidade. A obra arquitetônica faz parte da cara do Rio Antigo, da boêmia da Lapa e tem tudo a ver com o clima e o carioca.
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História da Construção do Aqueduto Carioca – Arcos da Lapa
Era 1602 quando se faziam os primeiros estudos com o objetivo de levar água do Rio Carioca para toda a cidade. Estamos falando da época das capitanias e não existia a cidade do Rio de Janeiro, mas sim, a Capitania do Rio de Janeiro cujo governador era Martim Correia de Sá.
Martim foi o governador da Capitania Rio de Janeiro de 1602 a 1608. Porém, foi só em 1624, bem depois das suas primeiras tentativas é que foi assinado um contrato para a construção do Aqueduto Carioca. O contrato foi assinado por Domingos Rocha e nesta mesma época foi dado início a obra. Mas, não foi simples assim e nem tão rápido.
A obra que começou em 1624 em 1660 o que se via construído eram somente 600 braças de canos e foram preciso anos para que de fato o Aqueduto Carioca começasse a se tornar realidade. Isso aconteceu somente em 1706, quando o governador era Fernando Martins Mascarenhas Lencastre, que permaneceu como líder de 1705 a 1709.
Mais anos se passaram e no governo de Antônio de Brito Freire de Menezes, que durou de 1717 a 1719 deu-se início a colocação dos canos de água que passariam pela aquela que se chama hoje Rua Evaristo da Veiga e que na época tinha o nome de Rua dos Barbonos.
Mais um governo se foi e entrou outro e a obra do Aqueduto foi se arrastando, dessa vez estava no governo desde 1719 e ficou até 1725, Aires de Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha. Com Aires os canos chegaram até a que hoje se chama Cinelândia e que na época se chamada Campo da Ajuda.
Aires de Saldanha também fez uma mudança no projeto inicial, coisa que até então, nenhum outro governado havia feito. Ele queria que as tubulações chegassem até o que hoje se chama Largo da Carioca e que na época tinha o nome de Campos de Santo Antônio.
Ele chamava a sua ideia de Arcos Velhos, que era um aqueduto que fazia a ligação do Morro de Santa Teresa, na época, Morro do Desterro até o Morro de Santo Antônio. A nova ideia para o aqueduto era inspirada na obra vista em Lisboa, Portugal, do Aqueduto das Águas Livres.
E finalmente, em 1723, a obra modificada por Aires Saldanha terminou e a água chegava também para quem morava no Campo de Santo Antônio. O que não quer dizer que o problema de falta d’água tinha sido resolvido.
Quatro anos depois, em 1727, o número de reclamações de falta d’água era grande e se dizia que os responsáveis eram os escravos que fugiam e viviam no meio das matas e destruíam os encanamentos. Foram tomadas medidas políticas para resolver o problema, entre elas, penalidades para atos de vandalismo deste tipo.
A Reconstrução do Aqueduto Carioca
Foi então, que no governo de Gomes Freire de Andrade, que durou entre os anos de 1733 e 1763, que ele ordenou que o Aqueduto Carioca fosse reconstruído e dessa vez como pedra do país. Foi então, que foi feita como é visto hoje, de pedra, cal e com a forma de arcaria.
O risco das mudanças foi endossado pelo brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim. Na Carta Régia de 2 de maio de 1747 ficou determinado que fosse usada uma abóbada de tijolos para “cobrir as águas”. Era uma forma de proteger o encanamento para que água não fosse desviada por ninguém.
A obra foi inaugurada no ano de 1750 e um chafariz de mármore com 16 bicas de bronze foi construído bem próximo do Convento de Santo Antônio. Dali a água foi levada a atual Rua Sete de Setembro, que na época se chamada Rua do Cano e até a Praça 15 de Novembro cujo nome era largo do Paço.
As Mudanças No Abastecimento de Água Na Cidade do Rio de Janeiro
As mudanças maiores aconteceram com a chega da República e em uma parte do Império na metade do século XIX. O abastecimento de água para a população da cidade do Rio foi modificado. O aqueduto deixou a sua função principal de levar água e passou a ser usado para a passagem de bondes de ferro, isso aconteceu em 1896. A Empresa Carris Urbanos fazia o trajeto que dura até hoje de Santa Teresa até o Centro da Cidade.
Infelizmente, alguns acidentes foram observados envolvendo os Arcos da Lapa recentemente. Um turista francês morreu, em 2011. Ele caiu do bondinho quando o veículo passava pelo Arcos da Lapa. O turista estava em pé na parte chamada de estribo e se desequilibrou enquanto tentava fazer uma foto.
O último problema no bondinho de Santa Teresa foi um acidente ainda no bairro, que fez vítimas fatais, o que fez com que ele parasse de funcionar para manutenção.
Características dos Arcos da Lapa
A obra arquitetônica conhecida como Arcos da Lapa é feita em estilo romântico, possui 42 arcos duplos e é caiada, tendo óculos na parte superior. As medidas originais são de 17,6 metros de altura e 270 metros de comprimento. Foi construído por escravos índios e escravos africanos.