Modalidade que só esteve fora de duas edições dos jogos modernos, exige muita preparo físico, mental e emocional
Uma das modalidades esportivas mais tradicionais das Olimpíadas, presente desde a primeira edição dos jogos modernos — que ocorreu na Grécia em 1896 —, o tiro esportivo é um esporte que consiste em disparar com pistolas e carabinas em diferentes alvos e também em diferentes posições e distâncias. O Brasil fez sua estreia na modalidade em 1920, onde ganhou seu primeiro ouro olímpico na história dos jogos.
Uma breve história do tiro ao alvo
As primeiras aparições do tiro ao alvo como esporte surgiram antes dos jogos olímpicos, ainda no século XIII, e geralmente utilizavam pássaros ou outros animais como objetos a serem acertados. Espécies de pombos chegaram à quase extinção nos Estados Unidos, o que motivou a criação dos pratos de argila, por exemplo. Com o tempo, clubes de tiro foram sendo organizados e o esporte foi evoluindo e ganhando regras.
O que é o tiro esportivo?
Em linhas gerais, o esporte consiste em disparar utilizando uma ou duas mãos, a depender do tamanho da arma, se pistola ou carabina, contra alvos móveis ou fixos. O esporte exige concentração, equilíbrio e ótimos reflexos. Não raro, muitos atletas usam técnicas avançadas de relaxamento a fim de baixar os batimentos cardíacos para conseguir uma maior precisão no disparo, entre as diferentes modalidades a mais conhecida é, certamente, o tiro ao prato.
Regras e modalidades do tiro esportivo
Esta modalidade é disputada tanto por homens como por mulheres, com diferenças no número de pratos para cada um. Há dois tipos de “campo” para o tiro ao prato: o skeet e o tipo fossa olímpica. Na skeet, lança-se os pratos de forma separada ou conjunta, e o atirador deve atingir o maior número de pratos possível. Já nas provas de fossa olímpica, o atleta tem apenas dois tiros e acertar pelo menos um dos pratos. O tamanho dos campos também muda.
As outras modalidades consistem em carabina de ar para homens e mulheres, cujo alvo está a 10 metros de distância; carabina em três posições para homens e mulheres, com alvo a 50 metros; carabina deitado masculino, com alvo a 50 metros; pistola de ar misto, com alvos a 10 metros; pistola feminino de 25 metros e masculino de 50 metros e pistola de tiro rápido masculino, com alvo a 25 metros.
O Brasil nas Olimpíadas
Para as Olimpíadas de Paris, serão 240 atletas divididos igualmente entre homens e mulheres. O Brasil já tem classificados: Philipe Chateaubrian, na pistola de ar 10 metros, Georgia Furquim, no skeet feminino, e Geovana Meyer, na carabina em três posições 50 metros feminina. Contudo, cabe ao Comitê Olímpico Brasileiro escolher quem representará o país na competição, uma vez que a vaga é do país e não do atleta.
Necessidade de um bom preparo físico
James Lowry Neto, diretor técnico do Comitê Olímpico do Brasil nas provas de carabina e pistola olímpicas, enfatiza a necessidade de um bom preparo mental e físico: “O atleta de alto nível consegue chegar a 60 batimentos por segundo na hora do disparo. Se não tiver um bom condicionamento físico, ele não consegue controlar o batimento, além do desgaste físico que vem depois. […] Um atleta chega a atirar cerca de 180 vezes em 5 horas”.
O esporte ainda esbarra em barreiras para sua popularização
Em entrevista à secretaria do esporte do Paraná, Lowry Neto afirma que é possível começar a praticar com carabina de pressão, como a espingarda de pressão 5.5 rossi, o que facilita o início, embora não seja um esporte barato. “Uma latinha de 500 munições custa 80 reais, mas um atleta de ponta dá 200 tiros por dia”, completa.
Roupas especiais são necessárias para execução dos tiros, além de óculos especiais e protetor de ouvido. Além disso, a instrução de profissionais qualificados e um local correto de prática são necessários. No mais, conhecimento e respeito à legislação é fundamental, uma vez que toda a logística de armas e munições dos atletas de tiro é controlada pelo exército brasileiro e a obtenção de um Certificado de Registro para atirador esportivo é necessária.