Dicas para evitar o endividamento causado por má educação financeira e bondade exagerada
Em 2022, o endividamento das famílias bateu recorde no Brasil. O percentual de 77,9% foi o maior já registrado, ultrapassando o maior índice até então, de 70,9% em 2022. O cenário foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, e mostra que mulheres e jovens são os mais atingidos. Uma consequência desta situação é o endividamento de idosos, que buscam ajudar financeiramente a família.
Geralmente puxadas por crédito ou empréstimo, as dívidas contraídas pelos idosos brasileiros acende um alerta: eles estão se tornando mais inadimplentes. Dos 70 milhões de brasileiros que não conseguem pagar suas dívidas, mais de 11 milhões são idosos, segundo levantamento feito em 2022 pela Serasa. E o número cresce ainda mais. Para 2023, a empresa de dados divulgou que o crescimento foi de 17% entre quem tem mais de 60 anos.
Com valor médio de R$ 4.612,30, a dívida dos idosos é puxada principalmente pelo crédito a juros altos e pela inflação. Há, no entanto, fatores comuns que influenciam e explicam esse comportamento financeiro arriscado, que acaba por levar à inadimplência. Um fator comum, no entanto, é que há forte influência do traço de generosidade dos idosos, que acaba por criar esta armadilha.
Um fator crucial que conta para o endividamento dos idosos é o crédito consignado. Embora conte com taxas menores pelo fato de serem aposentados, muitos idosos fazem diversos empréstimos, a fim de ajudar a família com suas próprias dívidas. Por essa razão, é necessário que se evite ter dois ou mais empréstimos simultâneos.
Geralmente esses financiamentos abocanham uma parte considerável da renda deles, renda esta já bastante comprometida com gastos com saúde, o que envolve médicos, convênios e remédios. Portanto, a família deve ser um guia e auxiliar o idoso com seus gastos, estabelecendo uma organização financeira. Deste modo, o idoso até pode vir a auxiliar seus familiares com seus benefícios, mas sem se comprometer em demasia.
Se possível, organizar-se de modo a criar uma reserva financeira. Nunca se sabe quando um dispêndio maior pode acontecer. Afinal, imprevistos acontecem. Saber onde se gasta e por que são medidas que auxiliam na detecção dos gastos supérfluos, que podem ser cortados, diminuindo assim o comprometimento do orçamento, permitindo um saldo positivo ao fim do mês, que deve ser guardado.
Outra medida passa pela percepção que o idoso tem de si. Embora costumem dar pouca atenção para a materialidade, mostrando até mesmo um certo desprendimento, o idoso deve se ter em primeiro lugar. Esse fator psicológico e comportamental é determinante na situação onde um familiar pede dinheiro. Saber dizer não e emprestar somente quando está seguro de que não fará mal para o orçamento é das tarefas mais importantes.
Embora muitas pessoas se aproveitem da bondade dos idosos, é essencial que a família próxima auxilie o idoso nessa fase da vida. Afinal, todos trabalham para se aposentar um dia, de preferência com segurança financeira, a fim de curtir com tranquilidade o descanso merecido. Por isso, é importante que desde cedo o trabalhador se programe para essa fase da vida, podendo desde já simular aposentadoria.