Residência médica: entenda o que é e por que é tão importante

Classificada como “padrão ouro” da especialização na medicina, confere ao médico recém-formado o título de especialista na sua área de escolha

Uma das mais usuais e melhores formas de se chegar à especialização médica, a residência médica é uma modalidade de ensino criada em 1977 e que, até os dias de hoje, é muito conceituada e também concorrida. Quando cursada em sua totalidade, confere ao médico recém-formado o título de especialista.

A residência médica é oferecida nos moldes de uma pós-graduação. E, embora não seja obrigatória, é muito bem-quista pela comunidade médica. Nela, o médico recém-graduado acompanha médicos especialistas, chamados de preceptores, que supervisionam o graduado durante o exercício de tarefas práticas na rotina de um aparelho de saúde. 

Onde se pode fazer a residência?

A residência proporciona ao graduando uma experiência imersiva e única na área escolhida. Algumas especializações podem ser até feitas diretamente no SUS, em unidades básicas de saúde, hospitais públicos, entre outros. Neste caso, o médico pode ter uma vivência com as peculiaridades do sistema público e seus usuários com suas diferentes necessidades, bem como com seus diferentes perfis socioeconômicos.

O médico que, embora formado, não deseja fazer uma especialização estará igualmente apto a clinicar, mas será um médico generalista. No entanto, a residência é uma oportunidade ótima de se aprimorar de maneira bastante prática. Além disso, os programas oferecidos pela Comissão Nacional de Residência Médica ainda disponibilizam uma bolsa-auxílio de mais de R$ 4 mil, sob um regime de contrato.

A residência deve ser devidamente credenciada na CNRM, podendo durar de dois a cinco anos, dependendo da especialidade. A carga horária pode variar entre 60 e 90 horas semanais, sendo que especialidades como Traumatologia podem ultrapassar esse número. 

Quais as especialidades mais procuradas?

Dentre todas, a especialidade de Clínica Médica é a mais procurada, correspondendo a cerca de 11% do total de médicos no país. Isso é devido ao fato de a especialidade ser pré-requisito para várias outras, como Cardiologia, Neurologia e Gastroenterologia. Ela é seguida por Pediatra e depois pela Cirurgia Geral. Já entre as menos procuradas estão Medicina Esportiva, Medicina Legal e Perícia Médica e Genética Médica, com cerca de 0,1%.

A fim de assegurar a aquisição de conhecimento, os residentes precisam passar por provas. Geralmente compostas por três fases, abrangem em um primeiro momento conhecimentos gerais e de diversas especialidades, como Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia Geral e também Medicina Preventiva e Social, independentemente da sua área de escolha. Logo, exige mais preparação e bagagem teórica do médico.

Ingressando no programa de residência

Para ingressar no programa, oferecido por cerca de mil instituições no país, é preciso passar por um processo seletivo que abrange desde prova teórica de múltipla escolha, de maior peso, até prova prática e análise curricular. Não raro, os graduados buscam cursos preparatórios específicos para o ingresso na residência médica.

Um dos principais processos seletivos do país é o ENARE. O Exame Nacional de Residência é um processo unificado que possui vagas tanto para instituições públicas como para instituições privadas sem fins lucrativos. Criado em 2020, é realizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Ebserh, e visa otimizar a seleção de residentes, unificando critérios, datas e etapas, que antes variavam conforme o hospital ou a universidade.

De nota máxima de 1.000 pontos, 90% da nota é obtida por prova objetiva e o restante por análise de currículo. Com uma maior oferta de vagas, o médico que consegue um bom resultado no ENARE poderá fazer a escolha de até duas instituições que possuem vaga para o programa, de acordo com a área escolhida no ato da inscrição, de forma semelhante ao ENEM, por exemplo.

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