Análise da cotação do dólar: perspectivas para o próximo trimestre

Veja o que os especialistas pensam sobre a taxa de câmbio para os próximos meses.

A flutuação no câmbio e a alta incerteza fiscal dificultam a previsão da cotação do dólar para 2023.

O Banco Central sinalizou essa incerteza ao manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

A tendência é que a taxa de câmbio varie nos próximos meses, com uma previsão de R$ 5,30 em 2024 e 2025, e R$ 5,33 em 2026, segundo o Boletim Focus.

Para o próximo trimestre, a estimativa é que a taxa fique em torno de R$ 5,25.

Países que lutam contra a inflação e adotam políticas mais restritivas de gastos mantém juros altos. O que, consequentemente, eleva a moeda estrangeira, como o dólar.

Então, a ideia é que o dólar fique nessa faixa de R$ 5,25 a R$ 5,30 por um tempinho para reduzir os juros e dar um gás na economia.

É preciso saber que a alta de juros nos EUA desperta o interesse de investidores a procura de dólares, elevando seu preço.

E o Federal Reserve já deu sinais de que o período de aumento de juros pode estar chegando ao fim, porém é necessário esperar um pouco para que as taxas sejam reduzidas.

Mas, qual é a razão por trás disso? Confira nosso artigo para entender melhor essa previsão cambial e como ela pode influenciar suas finanças ou gerar lucros.

Federal Reserve dos EUA aumenta juros em meio à inflação

Em meio à escalada da inflação, o Federal Reserve (Fed) começou a elevar as taxas de juros em março de 2022, a maior alta de juros desde a década de 1980.

Atualmente, a taxa de juros do Fed está entre 4,50% e 4,75%, o maior patamar desde 2007, mas ainda não suficiente para alcançar a meta de inflação de 2%, que atualmente está perto de 5%.

No curto prazo, existem alguns fatores que estão favorecendo a trajetória das taxas:

Mercado freia impulsos de valorização do dólar para evitar pressão com redução de juros do Fed

O primeiro deles é a perspectiva de que o aumento dos juros nos EUA provavelmente chegará ao fim em breve, enfraquecendo o dólar.

É provável que, quando o Fed começar a reduzir as taxas de juros novamente a partir de 2024, isso também colocará pressão sobre o valor do dólar.

Para evitar que isso ocorra, o mercado está freando os impulsos de valorização da moeda norte-americana.

Análise histórica sugere limite para valorização do dólar em relação ao real

Para alguns especialistas, outro fator importante que deve ser considerado é a comparação histórica do dólar com base na inflação. Ou seja, quanto ele vale de verdade.

Nessa análise, a moeda norte-americana já estaria em um patamar considerado elevado sobre o real, o que limitaria o espaço para uma valorização ainda maior.

De acordo com a hipótese adotada pelo mercado, a taxa de câmbio está em um nível de desvalorização considerado significativo em termos reais.

No entanto, análises históricas mostram que apenas em 2002, quando o presidente Lula foi eleito pela primeira vez, a taxa de câmbio apresentou patamares mais elevados que o atual.

Isso, por si só, já foi o suficiente para gerar um aumento na volatilidade do mercado.

Valorização do Yuan: impacto no mercado financeiro global

Outro fator relevante para conter a valorização do dólar é a retomada das atividades na China, que está flexibilizando as rígidas medidas da política de “Covid Zero”.

A valorização do yuan, a moeda chinesa, já atingiu 7% desde o ponto mais baixo registrado em outubro, em razão das expectativas positivas relacionadas à reabertura da economia chinesa.

As circunstâncias externas apontam para uma desvalorização do dólar, especialmente para países que exportam commodities e possuem maior ligação com a China, o que destaca a relevância do yuan para o Brasil.

Análise do setor financeiro prevê estabilidade na flutuação do câmbio impulsionada por fatores internos

De acordo com analistas do setor financeiro, a flutuação do câmbio deve permanecer estável nos próximos anos, impulsionada por fatores internos que podem favorecer o fortalecimento do real em relação ao dólar.

Com o aumento do fluxo de entrada de dólares via mercado externo, especialmente em um momento de alta nas commodities, espera-se que o superávit comercial seja ainda mais robusto, contribuindo para a estabilidade do câmbio.

Esse cenário pode trazer benefícios para diversos setores da economia e impulsionar ainda mais o desenvolvimento do país.

Além disso, o fato de a taxa de juros ser maior em relação à de outros países torna o real muito mais atraente para investidores estrangeiros, que buscam por retornos mais expressivos.

Contudo, há questões que desfavorecem o real, tais como os receios fiscais e políticos.

O desalinhamento entre o governo do atual presidente e o Banco Central, bem como a falta de clareza sobre o aumento dos gastos públicos, são indicados como elementos de risco que podem impulsionar a valorização do dólar diante do real.

Contudo, muitos especialistas acreditam que essas consequências vão se dissipar no futuro próximo. Isto é, dada a expectativa de uma nova regra ser posta em prática, substituindo o limite do teto de gastos.

A projeção fiscal do Focus revela que a questão do arcabouço fiscal precisa ser votada e apresentar soluções críveis.

Essa medida tem potencial para impactar positivamente a flutuação do câmbio e fortalecer a resposta a fluxos de capitais e superávit comercial.

De maneira geral, o desempenho da moeda brasileira em relação ao dólar será determinado pela interação de elementos internos e externos que influenciam a apreciação do real.

Especialistas preveem estabilidade no valor do dólar, mas alertam para oscilações no curto prazo

Especialistas apontam que, apesar de o Focus prever estabilidade no valor do dólar ao longo dos próximos quatro anos, pode haver fortes oscilações no curto prazo.

Existe a possibilidade de que o dólar permaneça acima de R$ 5. Isto é, até que o Fed modifique suas práticas e que as medidas fiscais sejam alteradas.

No entanto, alguns especialistas têm a opinião de que a moeda americana não se valorizará além de R$ 5,50, devido à elevada taxa de juros brasileira.

A manutenção das taxas abaixo de R$ 5 requer uma série de fatores, como:

  • Possível inversão na política do Fed
  • Um crescimento da economia chinesa;
  • Bem como surpresas nas políticas fiscal e monetária do Brasil.

Embora essa possibilidade possa ser considerada, sua probabilidade de se concretizar no momento é baixa.

Por algum tempo, a flutuação do câmbio pode apresentar um comportamento mais moderado, com a possibilidade de ultrapassar o limite de R$ 5, impulsionado pelas perspectivas que envolvem o Fed, a economia chinesa, o novo arcabouço fiscal brasileiro e o diferencial de juros proporcionado pela taxa Selic elevada.

Contudo, o desafio reside em manter a taxa de câmbio abaixo da marca de R$ 5.

Conforme os especialistas, para que as coisas melhorem, é necessário implementar mudanças mais positivas e uma âncora fiscal que favoreça a economia.

Nesse cenário, é possível que a taxa de câmbio se aproxime de R$ 5, em vez de permanecer em patamares depreciados, como R$ 5,20 ou R$ 5,30.

De viagens internacionais a transações comerciais: como analisar taxas de câmbio com a Abrão Filho

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