Ezequiel 7 explicação

Ezequiel 7 explicação

7.1-6 Essa seção, de forma distinta das seções precedentes de prosa, usa um número de artifícios poéticos para criar um efeito chocante e assombroso – até mesmo de pânico – no ouvinte.

O termo fim (heb. qēts, “destruição; ponto de determinação; extremidade ou limite”; cp. Gn 6.13; Am 8.2) é repetido cinco vezes em linhas breves e vigorosas como se significasse desferir golpes (Ez 7.2-3,6) e uma nota de finalidade.

7.7-15 A repetição dos termos “nada” e “nem” (heb. Lo’, “não”, v. 11) indica a completude da destruição do povo. Há algum debate em relação ao referente de vara (heb. matteh, “cajado, lança, vara de punição”, v. 10; cp. Is 9.4; Mq 6.9).

No entanto, o termo parece estar ligado aos “ímpios da terra” e aos “saqueadores” (Ez 7.21-22), provavelmente uma referência a Nabucodonosor e seu exército invasor.

A outra referência a uma vara que floresceu é à vara de amendoeira pertencente a Arão, (Nm 17.8), mas esta é encontrada em um contexto positivo, ao passo que o contexto atual diz respeito à sentença ou à violência (heb. tsephirah,”manhã”, lit. “círculo, circuito”, tendo, por conseguinte, o sentido de algo que por fim “veio a acontecer”, Ez 7.7,10).

Os versículos 12-13 fornecem uma ilustração concreta da futilidade da esperança de que Deus pudesse apiedar-se.

A destruição iminente da cidade sobrepujaria e interromperia as transações financeiras de um dia normal. Para aqueles que não deram atenção às palavras do profeta, a “rotina do dia a dia” chegaria ao fim.

7.5-12 A urgência do alerta também é transmitida pela repetição do verbo vem (heb. bo), enfatizando a chegada iminente do julgamento profetizado.

Das dez incidências do verbo vir, quatro são particípios ativos (vv. 5,6b,7b, 10), indicando uma ação contínua e em andamento – a “vinda” está em progresso.

Seis delas estão na forma “vem” (vv. 2,6a,7a, 12), indicando a ação completada – a decisão foi tomada e não será revertida (cp. v. 13). As expressões temporais repetidas contribuem para o sentido de urgência:

  • vem o tempo (heb. ‘et, “tempo apropriado”, quer de bonança, quer de calamidade, vv. 7,12);
  • chegado é o dia (heb. qarov, “próximo, breve”, do verbo qarav, “aproximar(-se), chegar perto”, v. 7);
  • agora, depressa (heb. qarov, v. 8; cp. 30.3); eis aqui o dia, eis que vem (7.10); e
  • é chegado o dia (heb. naga”, “aproxima-se”, v. 12).

O refrão concernente ao julgamento – a espada, […] a peste e a fome – também é repetido (7.15; cp. Ezequiel 5.12,17;6.11-12; 12.16; 14.21; 1Cr 21.12; Jr 34.17; Ap 6.8).

7.16 O texto de Ezequiel 7 tem afinidades marcantes com Sf 1 e ls 2,13 e 22 concernente aos alertas sobre o “dia” designado do julgamento pelo qual Israel ansiava como seu dia da vingança, recompensa e grande bênção.

Os profetas descreveram esse “dia” como um dia de luta contra as atitudes ímpias, de sentença e julgamento contra o pecado.

Em Ez 7, o “dia” que vem é descrito de forma negativa, como um evento violentamente destrutivo que resulta em julgamento e na manifestação da ira de Deus contra Judá por seu abominável comportamento.

Os montes serviam em geral como lugar de refúgio para aqueles fugidos do desastre, mas Ezequiel alertou que seria o dia “da turbação, e não da alegria” (cp. v. 7), até mesmo entre os que escaparem.

Não haveria descanso, apenas a percepção de que eles escaparam por muito pouco de uma punição muitíssimo merecida pelos pecados e, nessa situação, gemeriam como pombas.

7.17-18 Usar panos de saco e raspar a cabeça eram sinais de luto e pesar.

7.19-22 Eles aparentemente se referem aos sobreviventes (vv. 16,19-22,24-27). O dinheiro deles não teria o menor valor agora, seria até mesmo desagradável para eles, uma vez que o acúmulo de riquezas para gastar em seus prazeres foi o tropeço da sua maldade.

Outros tesouros como os do templo, foram maculados e se tornaram sem valor porque foram usados para a idolatria.

Assim, eles seriam ainda mais maculados porque Deus permitiria que uma nação estrangeira profanasse o templo não só por entrarem ali, mas também por permitir que fossem entregues por presa a estranhos.

7.23-27 A profanação do templo seria um toque de alvorada para aqueles que profetizaram que o “dia do furor do Senhor” (v. 19) sobreviria a eles, e eles buscariam profetas e sacerdotes para confirmar as más notícias. Por ora, seria muito tarde, e eles por fim perceberiam que Deus é de fato soberano: eu sou o SENHOR.

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