Cuidados periódicos evitam acidentes, reduzem custos com reparos emergenciais e podem elevar em até 20% o valor de venda ou locação das propriedades
No mercado imobiliário, cuidar bem dos imóveis é uma das maneiras mais eficazes de garantir sua valorização e segurança ao longo dos anos. Por isso, ter um plano de manutenção preventiva deixou de ser uma recomendação para se tornar uma prática fundamental, capaz de evitar problemas estruturais, reduzir gastos inesperados e prolongar a vida útil do bem.
A ideia é simples: realizar inspeções e pequenos reparos de forma periódica, mesmo quando não há sinais evidentes de falhas. Assim, evita-se que desgastes naturais ou danos ocultos acabem se transformando em problemas maiores e mais caros.
O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE-SP) aponta que mais de 60% dos acidentes em edifícios com mais de dez anos têm relação direta com a ausência ou deficiência de manutenção – um dado que reforça a importância de ações preventivas.
O levantamento, publicado em 2020, analisou registros de vistorias técnicas e casos de colapsos estruturais no estado de São Paulo, chamando atenção para a necessidade de manter uma rotina de cuidados constantes com as edificações.
Além da segurança, a manutenção preventiva também é uma aliada das finanças. Quem investe nesse tipo de cuidado tende a gastar menos com obras emergenciais, que, geralmente, envolvem prazos apertados, custos mais altos e maiores transtornos para moradores e usuários.
Um reparo emergencial pode custar até cinco vezes mais do que um ajuste feito de forma preventiva, segundo apontam especialistas do setor. Esse raciocínio se aplica a diversos sistemas do imóvel, desde instalações elétricas e hidráulicas até revestimentos e impermeabilizações.
A revisão periódica de telhados, por exemplo, evita infiltrações que podem comprometer toda a estrutura, enquanto a checagem das redes elétricas reduz significativamente o risco de curtos-circuitos ou incêndios.
O estudo internacional “Estatísticas e tendências de manutenção 2025”, divulgado pelo Infraspeak Blog, em 2023, revelou que 60% das empresas entrevistadas notaram melhora na produtividade após adotarem a manutenção preventiva, enquanto mais de 60% observaram redução no tempo de paralisação dos sistemas e maior segurança.
O levantamento foi realizado com mais de 300 profissionais de manutenção de diversas indústrias, reforçando que os benefícios são percebidos em diferentes contextos, inclusive no setor imobiliário.
Outro ponto que merece destaque é a valorização do imóvel. Imóveis bem conservados tendem a atrair mais interessados e podem alcançar valores até 20% superiores aos de propriedades que apresentam sinais de desgaste, segundo estimativas do mercado imobiliário.
Esse aspecto é especialmente relevante em um cenário competitivo, em que fatores como conservação e estética influenciam diretamente na decisão de compra ou locação. Um imóvel mal conservado pode permanecer por mais tempo sem inquilinos, gerando perda de receita ao proprietário.
No contexto da gestão imobiliária, a manutenção preventiva se consolida como uma ferramenta indispensável. Incorporadoras, administradoras de condomínios e proprietários que adotam esse modelo de planejamento conseguem preservar melhor o valor de seus imóveis e reduzir riscos, evitando surpresas desagradáveis no futuro.
Além disso, a manutenção sistemática contribui para o cumprimento das normas técnicas e regulatórias, prevenindo autuações e responsabilidades civis.
Mais do que uma obrigação, cuidar do imóvel com regularidade é um investimento estratégico que protege o patrimônio, garante segurança e contribui para a sustentabilidade financeira em longo prazo. Afinal, um imóvel bem mantido não apenas evita prejuízos e acidentes, mas também representa um ativo mais valorizado e competitivo no mercado.
Com o crescimento das cidades e a constante valorização dos ativos imobiliários, adotar uma cultura de manutenção preventiva é uma prática que beneficia não apenas os proprietários, mas toda a coletividade, ao assegurar a segurança das edificações e a qualidade dos espaços urbanos.