Mitos e verdades sobre a moleira do bebê

Estrutura presente apenas na cabeça dos recém-nascidos merece cuidados específicos e atenção dos pais

Pequenos e frágeis, os bebês necessitam de cuidados específicos no dia a dia. Por esse motivo, é comum que muitos pais escutem algumas teorias sobre como devem cuidar e lidar com o corpo das crianças nos primeiros meses de vida. A moleira, por exemplo, é um tema que frequentemente surge em rodas de conversas entre pais e vem acompanhada de muitos mitos. 

Isso porque ela é uma parte do corpo que só os recém-nascidos têm e que, na maioria das vezes, é desconhecida por muitas pessoas. Essa é uma região sensível do corpo dos bebês e desempenha funções importantes na vida dos pequenos. 

A falta de conhecimento pode levar os pais a cometerem erros graves nos cuidados diários. Dessa forma, é importante que toda a família se informe sobre o assunto e saiba o que, de fato, é verdade e o que é mentira sobre a moleira. 

O que é moleira? 

Muitos pais a conhecem como moleira, mas na comunidade médica essa região do corpo dos recém nascidos recebe o nome de fontanela. Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (SBNPed), a fontanela é um pequeno espaço entre os ossos do crânio que permanece sem cobertura óssea nos primeiros meses de vida do bebê. 

Normalmente, a criança apresenta duas moleiras, uma principal ou bregmática – que ocupa a parte anterior da cabeça – e uma menor ou lambdoide na parte posterior. A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) explica que a essa região do corpo costuma ser sensível e flexível, tendo como finalidade facilitar a passagem do bebê na hora do parto. 

Há ainda outra função importante para as moleiras: a permissão do crescimento adequado do cérebro. Nos primeiros anos de vida, o cérebro está se desenvolvendo em ritmo acelerado e as fontanelas permitem que o órgão se expanda naturalmente sem causar impactos no crânio. 

Saiba o que é falso e verdadeiro sobre a moleira do bebê 

Por desempenhar funções importantes no desenvolvimento da criança, a moleira e a cabeça devem estar sempre bem protegidas e apoiadas nesses primeiros meses de vida. É importante que os pais estejam atentos para oferecer o suporte adequado que essa parte do corpo necessita. 

Durante o transporte do bebê, é preciso ter cuidado extra, acolchoando bem o carrinho de bebê e colocando travesseiro para proteger a moleira. No dia a dia, ao pegar o pequeno no colo, é importante segurar bem o pescoço e cabeça para evitar acidentes. Além disso, devem se atentar ao uso de faixas ou outros adereços que apertem a cabeça da criança e consequentemente, a moleira. 

Segundo o D’Or Mais Saúde, existem diferentes tipos de assentos, carrinhos de bebê e a maioria deles acompanha um travesseiro capaz de garantir estabilidade e conforto para essa região delicada do corpo do bebê. 

Juntamente com esses cuidados diários, o acompanhamento mensal do crescimento do crânio e do fechamento das moleiras com o pediatra é fundamental. Além disso, é sempre importante que os pais se mantenham informados sobre as especificidades dessa parte do corpo dos recém-nascidos. 

Muitos mitos e teorias surgem quando o assunto é maternidade, mas buscar o esclarecimento sobre eles é fundamental para evitar quaisquer problemas na vida do bebê. 

A moleira pode pulsar ocasionalmente 

Verdade. Muitos pais se assustam ao tocar a região onde está localizada a moleira e perceberem que elas estão pulsando. No entanto, não é preciso criar alarde, pois isso é algo comum. Segundo a SPSP, esses movimentos sutis são normais e resultados da pressão arterial do cérebro. 

Entretanto, é sempre bom buscar opinião do médico que acompanha o bebê desde o nascimento, principalmente quando a pulsação for intensa e vir acompanhada de febre, choro e outros sintomas. 

O aspecto da moleira não pode ser fundo e nem saliente 

Verdade. Outro aspecto que pode tirar o sono de muitos pais é em relação à aparência da moleira. Essa região do corpo não deve estar funda e nem saliente na cabeça da criança. Segundo a SPSP, após o nascimento do bebê, é comum que a região apresente pequenas deformações, mas entre 7 a 10 dias, chega ao normal. 

Caso os pais percebam a presença de qualquer anormalidade na moleira, é importante entrar em contato com o pediatra. 

Não há previsão para o fechamento total da moleira

Mentira. As moleiras têm um período esperado para fechar. De acordo com a SPSP e a SBNPed, as duas fontanelas se fecham em momentos diferentes e os pais precisam estar atentos ao processo. 

A moleira posterior se fecha no segundo mês de vida, e a anterior, por ser maior, fecha em torno do nono ao 15º mês de vida. 

A demora para a moleira fechar indica alterações no crânio do bebê 

Mentira. Uma teoria que circunda muitas rodas de conversa sobre o assunto é que a demora para o fechamento das moleiras indica, de imediato, alterações da formação do crânio do bebê. De acordo com a SBNPed, nem sempre a extensão desse prazo aponta para algum risco. 

O órgão explica que a fontanela pode estar aberta até o segundo ano de vida do bebê ou pode já estar fechada logo após o nascimento, sem necessariamente indicar problema para a saúde da criança. 

Nos casos em que a estrutura apresenta fechamento precoce ou tardio, a indicação é analisar três parâmetros para averiguar a presença de alguma anormalidade. Como explica a SBNPed, devem ser avaliados o formato da cabeça, o tamanho do crânio e o desenvolvimento neurológico da criança. 

Se estes três elementos estiverem adequados, não há necessidade de alarde ou realização de exames que envolvam radiação ou sedação nos bebês, como a tomografia computadorizada. Ainda conforme o órgão, esse assunto é um grande mito e causa realização de procedimentos desnecessários, preocupação e ansiedade para as famílias.

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