Benefícios corporativos são fatores decisivos para 92% dos brasileiros na escolha de emprego

Entre os principais benefícios desejados, estão assistência médica e odontológica, vale-refeição ou alimentação e previdência privada

Oferecer benefícios corporativos se tornou uma estratégia essencial para empresas que desejam atrair e reter talentos no Brasil. Uma pesquisa da consultoria Robert Half, realizada em 2023, revelou que 92% dos profissionais consideram os incentivos um fator decisivo na escolha de um emprego. No entanto, apenas 54% das empresas oferecem opções que realmente atendem às expectativas dos funcionários.

Nesse cenário, oferecer um bom salário é essencial, mas não suficiente. Os benefícios corporativos se tornaram uma ferramenta crucial para criar um ambiente de trabalho mais atraente e satisfatório. Eles ajudam a promover a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores, fatores que são cada vez mais valorizados no mercado de trabalho.

Para Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half na América do Sul, os benefícios fazem parte de uma relação saudável entre colaborador e empregador. “O profissional oferece suas habilidades, enquanto a empresa o recompensa com salário e, na melhor das hipóteses, benefícios adicionais atraentes. Tem sido claro o quanto as pessoas valorizam a oferta de incentivos que prezem por sua qualidade de vida”, afirma.

Na atualidade, as organizações que investem em benefícios variados conseguem atrair profissionais qualificados, além de aumentar a retenção de talentos. Incentivos além do salário demonstram o comprometimento da empresa com a satisfação e o desenvolvimento dos seus colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo.

O que as empresas oferecem e o que os funcionários querem

A pesquisa da Robert Half, realizada com 1.161 profissionais, destacou os benefícios mais oferecidos pelas empresas, sendo eles assistência médica, vale-refeição, notebook, assistência odontológica, vale-transporte, vale-alimentação, estacionamento, celular com chip, auxílio-combustível e apoio psicológico​​. 

Já os colaboradores valorizam principalmente assistência médica, vale-refeição, vale-alimentação, assistência odontológica e previdência privada. Benefícios como auxílio-estudo e carro para uso profissional e particular também são importantes para os funcionários​​, mas nem ao menos aparecem na lista dos incentivos mais ofertados pelos empregadores.

A desconexão existente entre as ofertas das empresas e as expectativas dos funcionários representa uma necessidade de que as organizações revisem seus pacotes de benefícios e incluam opções que melhor atendam às expectativas dos colaboradores, aumentando assim a satisfação e a retenção. 

Fernando Mantovani defende que o sucesso de um pacote de incentivos está intrinsecamente ligado ao mapeamento das necessidades e dos anseios das equipes. “Nossa pesquisa deixa essa questão evidente. Enquanto as empresas consideram o atendimento psicológico um serviço valioso, esse item sequer é citado como prioritário pelos profissionais. Conhecer bem os times e alinhar as expectativas é o segredo para alcançar bons resultados”, ressalta.

De acordo com o estudo, a possibilidade de os colaboradores selecionarem incentivos conforme suas necessidades individuais é uma tendência crescente. Entre os entrevistados, 81% afirmaram que gostariam de escolher seus benefícios, mas apenas 12% das empresas oferecem essa flexibilidade​​. 
No cenário atual, os benefícios corporativos são mais do que um simples complemento ao salário. Eles são uma ferramenta estratégica para melhorar a employee experience, atraindo e retendo talentos em um mercado de trabalho competitivo. Alinhar os benefícios oferecidos às necessidades dos colaboradores pode criar uma proposta de valor mais atraente, aumentar a satisfação e destacar a empresa como empregadora preferida.

Interesse de brasileiros por home office em empresas internacionais aumenta, aponta estudo

A comodidade de atuar em casa e a possibilidade de fazer isso para empresas estrangeiras, sem sair do território brasileiro, tem sido uma tendência marcante no mercado de trabalho contemporâneo

Um recente estudo, intitulado “Futuro do trabalho: onde estamos e para onde vamos”, conduzido pela plataforma de inteligência Futuros Possíveis, em colaboração com o Grupo Boticário, revelou um aumento notável no interesse dos brasileiros em trabalhar remotamente para empresas internacionais. 

Os dados apontam que 78% dos entrevistados expressaram o desejo em oportunidades de home office oferecidas por empregadores estrangeiros, representando um crescimento significativo, em comparação ao ano anterior, com uma diferença de 8 pontos percentuais.

As áreas mais procuradas pelos profissionais são a de tecnologia, marketing, design, comunicação, desenvolvimento de aplicativos e softwares. Segundo a pesquisa, a remuneração de brasileiros que atuam em empresas estrangeiras representa uma média de US$ 2.600, o que corresponde a R$ 13.200 na cotação atual do dólar. Mas isso pode variar conforme a área, o cargo e o nível de experiência.

Essa possibilidade de profissionais trabalharem em organizações multinacionais estrangeiras é chamada de “fuga de cérebros do Brasil”.

O panorama do home office no mercado de trabalho atual

De acordo com uma pesquisa feita pela Bare International, 38% dos entrevistados atuam no regime home office. Entre eles, 70% ressaltaram que não gostariam de retornar ao modelo presencial.

Aos que se questionam sobre a efetividade do home office, o relatório “Pulse of the Profession 2024”, desenvolvido pelo Project Management Institute (PMI), demonstrou que a modalidade remota não prejudica a eficiência no trabalho. O estudo comprovou que 73,2% dos trabalhadores são mais habilidosos no modelo remoto, já o regime híbrido apresentou um índice de 73,4%.

Outro levantamento, desta vez realizado pela FGV, avaliou a produtividade dos profissionais entre 2021 e 2022. No primeiro ano, 21,6% das empresas que adotaram a atuação remota constataram um aumento na produtividade dos colaboradores. Já em 2022 esse número ampliou para 30%, o que corresponde a uma alta de 8 pontos percentuais.

As vantagens do home office

O interesse crescente pelo home office não é surpreendente, dado os diversos benefícios que essa modalidade de trabalho oferece. 

Para os trabalhadores, a possibilidade de trabalhar de casa proporciona maior autonomia, flexibilidade de horários e redução do tempo gasto em deslocamentos. Além disso, permite um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. 

Como foi demonstrado, trabalhar em casa pode aumentar a produtividade, pois oferece um ambiente mais tranquilo e menos interrupções – basta investir em uma infraestrutura adequada, como uma cadeira ergonômica, equipamentos avançados, uma escrivaninha para o escritório, entre outros itens.

Já para as empresas o home office pode resultar em redução de custos operacionais, aumento da satisfação dos funcionários e acesso a um número mais amplo de talentos.

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