A matriz energética brasileira avança em direção a fontes mais sustentáveis, e a energia solar desponta como protagonista no cenário de transição energética nacional
Ao longo dos últimos anos, especialmente a partir do novo ordenamento territorial pós-Segunda Guerra e da flexibilização dos eixos que norteavam essas disputas ideológicas nos campos político e econômico, o Brasil passou a fazer parte de uma série de tratados, como Acordo de Paris, Agenda 2030, entre outros. A ideia era e continua sendo atingir o consumo sustentável – uma forma de viver que não cause tantos impactos ambientais.
Nesse processo, o Brasil tornou-se uma referência na geração de energia solar. Conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em março de 2025, atingiu-se 55 GW de potência instalada operacional no território nacional, considerando a soma da geração própria de pequenos sistemas com as grandes usinas solares conectadas no sistema nacional.
Atualmente, essa tecnologia representa 22,2% de toda a capacidade instalada no que diz respeito à matriz elétrica brasileira, constituindo-se como a segunda maior fonte de geração do país. Seguindo esse fluxo, que se mostra ascendente, o mercado de energia solar está preparando-se para mais um crescimento este ano.
As projeções apontam para uma elevação de 25% na capacidade instalada, ampliando-a para cerca de 64,7 gigawatts (GW). É possível, nesse sentido, atribuir o crescimento a uma série de fatores, como os avanços do campo técnico na esfera da ação e do tecnológico na esfera dos objetos, bem como políticas públicas governamentais mais favoráveis para esse movimento contínuo de desenvolvimento.
Conforme a Absolar, o setor deve adicionar mais de 13,2 GW de nova potência em 2025. Isso representa, em números, um investimento de R$ 39,4 bilhões, além da criação de, aproximadamente, 396,5 mil empregos em uma série de regiões do território nacional.
É importante enfatizar, também, que o crescimento em torno desse modelo de distribuição e geração de energia está diretamente atrelado à implementação da Lei 14.300 e à Resolução Normativa 1000 da ANEEL. Todavia, embora o mercado cresça significativamente, existem alguns percalços que precisam ser enfrentados.
Um deles é a modernização da infraestrutura elétrica existente, acompanhando o crescimento desse novo modelo. Outro ponto é que 2025 também enfrenta questões ligadas ao cenário macroeconômico, especialmente em relação a flutuações cambiais, desvalorização do real e tendência de alta dos juros por parte do Banco Central (BC).
Porém, embora nessa dialética existam essas questões, é preciso reconhecer que a descentralização da geração elétrica, por meio da geração distribuída, por exemplo, tem possibilitado a autossuficiência energética de residências, propriedades rurais, comércios, entre outros.
Esse contexto também abre margem para que a população possa comprar energia solar, seja por meio da instalação de sistemas próprios ou pela adesão a consórcios e cooperativas de geração compartilhada.
No fim, muitas são as possibilidades que surgirão na medida em que esse modelo energético passa a crescer. Com esse cenário, sem dúvidas, o Brasil deve seguir sendo uma referência internacional em energia limpa. Se tal ritmo for mantido, em poucos anos, o país poderá atingir metas ainda mais ambiciosas de descarbonização e segurança energética.