Salmo 17 explicação, estudo e notas

Salmo 17: Explicação, Estudos e Notas

  1. Ouve, Senhor, a justiça e atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos.
  2. Saia a minha sentença de diante do teu rosto; atendam os teus olhos à razão.
  3. Provaste o meu coração; visitaste-me de noite; examinaste-me e nada achaste; o que pensei, a minha boca não transgredirá.
  4. Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor.
  5. Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.
  6. Eu te invoquei, ó Deus, pois me queres ouvir; inclina para mim os teus ouvidos e escuta as minhas palavras.
  7. Faze maravilhosas as tuas beneficências, tu que livras aqueles que em ti confiam dos que se levantam contra a tua destra.
  8. Guarda-me como à menina do olho, esconde-me à sombra das tuas asas,
  9. dos ímpios que me oprimem, dos meus inimigos mortais que me andam cercando.
  10. Na sua gordura se encerram e com a boca falam soberbamente.
  11. Andam-nos agora espiando os nossos passos; e fixam os seus olhos em nós para nos derribarem por terra;
  12. parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa e com o leãozinho que se põe em esconderijos.
  13. Levanta-te, Senhor! Detém-no, derriba-o, livra a minha alma do ímpio, pela tua espada;
  14. dos homens, com a tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida e cujo ventre enches do teu tesouro oculto; seus filhos estão fartos, e estes dão os seus sobejos às suas crianças.
  15. Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar.
Salmo 17

Explicação do Salmo 17:1-15

Esse salmo e o primeiro no livro a ser identificado como oração. Davi pediu a Deus em uma linguagem ecoando os cânticos de Moises celebrando a libertação de Israel do Egito e a preparação para entrar na terra prometida (cp. Ex 15.11-13; Dt 32.1-43).

Davi apelou ao Senhor por uma sentença e por uma intervenção divina para que o Senhor o livre […] do ímpio com a espada e com a mão de Deus, transmitindo com esses termos o poder do Senhor.

O vocabulário ecoa Dt 32.41 “Se eu afiar a minha espada reluzente e travar do juízo a minha mão, …recompensarei os meus aborrecedores”.

Moises exaltou a Deus por estar “operando maravilhas” Ex 15.11 em favor de Israel e observou que Deus os guiaria com sua “beneficência” (Ex 15.13).

Em SI 17.7, Davi convida Deus a fazer maravilhosas as suas beneficências.

Salmo 17:7 – Davi chama Deus de Salvador

Tu que livras (“aquele que salva”, v.7), ligando o cântico em Ex 15 com o contexto de sua narrativa: “Assim, o Senhor salvou Israel […]” (Ex 14.30).

O salmo reconhece Deus como aquele que salva aqueles que nele confiam [heb.chasah, “fugir para algum lugar ou pessoa em busca de proteção”; cp.2.12; 5.11; 7.1; 11.1; 16.1; 18.2,30] dos que se levantam contra a tua destra.

O cântico de Êxodo, por três vezes, atribui a libertação realizada pelo Senhor a sua “destra” (heb. yamin, Ex 15.6,12 [“mão direita”]) de Deus, uma metáfora significando o poder sem igual de Deus, em especial quando usado para resgatar seu povo.

No cântico de Moises, os que “confiam” só encontram refúgio no Senhor, e “ninguém há que escape da […] sua mão”. Assim, “levantar-se” contra a “destra” de Deus e uma atitude vã (SI 17.7).

Salmo 17:8 – Davi ora

Guarda-me [Salmo 16.1] como à menina do olho; esconde-me a sombra das tuas asas (SI 17.8; cp.36.7; 57.1; 6.14; 63.7).

No cântico de Moises, o Senhor “guardou” seu povo “como a menina do seu olho” (Dt 32.10) e como uma águia que esconde os filhotes na sombra de suas asas (Ex 19.4).

Essa imagem também recorda a forma como a arca do concerto – com as asas dos querubins sobre o propiciatório (Ex 25.20) – servia como um símbolo da presença e proteção de Deus.

Assim como o Senhor demonstrou seu poder contra o Egito, também Davi esperava com confiança sua libertação de seus atormentadores.

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