Com impacto direto na retenção e na produtividade, a fase inicial exige atenção do RH e atuação estratégica dos subsistemas para garantir acolhimento e clareza desde o primeiro dia
Chegar em um novo trabalho costuma ser uma mistura de empolgação com incerteza. Mesmo quem tem experiência sente aquele frio na barriga: será que vou dar conta? Vou me adaptar ao time? Onde ficam as coisas? Para que esse começo não vire um teste de resistência, é papel do RH preparar o caminho, com acolhimento, informações claras e, principalmente, presença.
Não se trata só de mostrar onde estão os arquivos ou explicar os processos. A fase de integração – o chamado onboarding – tem um peso enorme na experiência de quem acabou de chegar. E há dados que comprovam isso.
Um estudo da Brandon Hall Group, realizado em 2022, com mais de 500 empresas, mostrou que organizações com processos estruturados de integração conseguem aumentar em 82% a retenção de novos colaboradores e em 70% a produtividade nos primeiros meses.
Por outro lado, quando esse momento é negligenciado, o impacto é visível. A consultoria Gallup ouviu cerca de 6 mil trabalhadores em 2021 e revelou que apenas 12% deles se sentiram bem recebidos em seus primeiros dias. Ou seja, a maioria começa a jornada profissional se sentindo um pouco perdida.
Por isso, o essencial vai além de um e-mail de boas-vindas ou da entrega de um crachá. É preciso explicar com clareza o que a empresa espera da pessoa recém-chegada, como ela será avaliada, a quem deve recorrer em caso de dúvida e como funcionam os processos internos.
Ter alguém designado para acompanhar de perto – um colega ou uma liderança direta – também ajuda muito. Essa referência facilita a adaptação ao time e reduz aquela sensação de negligência que eventualmente pode acompanhar o novato.
Nesse sentido, entram os subsistemas de RH, que organizam o trabalho da área em frentes como recrutamento, treinamento, desenvolvimento e gestão de desempenho. A integração é parte do subsistema de aplicação de pessoas, que cuida para que cada profissional esteja bem posicionado dentro da estrutura da empresa.
Quando esses subsistemas atuam de forma articulada, o RH consegue não só acolher bem, mas também garantir que o novo colaborador encontre sentido e direção desde o primeiro dia.
No fim das contas, ninguém espera que a adaptação seja perfeita, mas ela precisa ser cuidadosa. Um começo bem-feito não só retém talentos, como constrói vínculos reais entre pessoas e organizações.
Em empresas que levam essa etapa a sério, o processo de chegada se torna mais humano, mais fluido e menos solitário. Uma boa integração não elimina todos os desafios, mas mostra desde cedo que aquele profissional é bem-vindo, valorizado e tem espaço para se desenvolver.