Endividamento das famílias brasileiras diminui, mas inadimplência cresce

Segundo dados de órgãos públicos, endividamento atinge 77,4% das famílias brasileiras

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, o endividamento atingiu 77,4% das famílias brasileiras em agosto deste ano. Este é o menor índice desde junho de 2022.

Ainda segundo a Confederação, essa queda pode ser explicada pela baixa registrada na inflação e pelo aumento do número de brasileiros com trabalho formal que foram registrados na mesma época. A combinação destes fatores reduz o número de empréstimos, causa número um de endividamento no país. 

No acumulado do ano até setembro de 2023, o número de famílias endividadas caiu 1,6 ponto percentual. Já o nível de inadimplência, entretanto, aumentou.

A taxa de endividamento diz respeito àqueles cidadãos que possuem dívidas em aberto, seja com uma instituição, empresa ou pessoa física. O nível de inadimplência engloba aqueles que não pagaram a dívida no tempo limite que foi estabelecido e se tornaram devedores inadimplentes.

Segundo dados divulgados na Peic, foi registrado em setembro de 2023 que 12,7% das famílias brasileiras estariam inadimplentes, nível recorde em 13 anos. 

Atualmente, as altas taxas de juros são um dos maiores responsáveis pelo não pagamento das dívidas dos brasileiros. A taxa Selic, que representa os juros básicos da economia brasileira e que influencia todas as taxas de juros praticadas no país, está em 13,25% ao ano. 

Quando a taxa Selic está em alta, significa que empréstimos e financiamentos ficam mais caros, permitindo que bancos e outras instituições financeiras cobrem juros mais altos. No entanto, mesmo com a atual taxa, a porcentagem de juros cobrada sobre empréstimos para pessoas físicas é bem mais alta, podendo atingir uma média de 59,10% ao ano, segundo estatísticas monetárias e de crédito do Banco Central. 

Ainda assim, a queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo se organizar financeiramente, segundo fala do presidente da CNC, José Roberto Tadros. 
Muitas estratégias utilizadas por bancos digitais atualmente, como os boletos parcelados e a redução da taxa de juros em pagamentos antecipados de compras parceladas, vêm ajudando no ajuste financeiro das famílias. Mesmo assim, é preciso se atentar aos gastos gerais e evitar transações com altas taxas de juros. No fim do ano, é esperado que o endividamento cresça, atingindo o nível de 78%.

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