Minimalismo

O Que é Minimalismo

A palavra minimalismo pode se referir a diversos movimentos: científicos, artísticos e culturais, todos que aconteceram em vários momentos durante o século XX. Em linhas gerais, é usar pouco para fazer ou expressar uma determinada coisa. Esse movimento, podemos chamar minimalismo assim, influenciou principalmente, o design, as artes visuais e a música, porém, até mesmo a tecnologia foi “atacada” pela ideia. Em exemplos de quem usou o conceito minimalista, podemos citar os contos de Raymond Carver, os filmes de Robert Bresson e até mesmo os projetos de automóveis de Colin Chapman.

1 – Sobre o Minimalismo nas Artes Plásticas

Nas artes plásticas, o minimalismo vem depois do auge do expressionismo abstrato nos Estados Unidos. Uma fase marcante na história da arte porque foi justamente quando o eixo artístico mundial migrou deixando a Europa rumo os Estados Unidos.

O minimalismo era exatamente o contrário do expressionismo, porque buscar reduzir as formas e diminuir a produção de objetos, que passaram a ser em série. Um dos grandes exemplos dessa transição são as obras de Dan Flavin, que modificou o ambiente de uma galeria com tubos luminosos.

É claro, que como qualquer movimento artístico, tem sempre por trás elementos ou outros movimentos que influenciaram. No caso do minimalismo podemos destacar o modernismo, a vanguarda russa e o construtivismo russo. Por exemplo:

  • Construtivismo Russo: decompor e recompor de maneira formal, exemplo, Constantin Brâncusi.
  • A ideia do construtivismo russo era gerar uma linguagem que fosse compreendida por toda a humanidade.
Minimalismo nas Artes Plásticas
Minimalismo nas Artes Plásticas

2 – O Movimento Minimalismo da Década de 1960

O minimalismo se reafirma como um movimento mesmo na década de 1960 e é nesse momento que surgem grandes artistas que vão representá-lo através dos seus trabalhos, como Donald Judd, Frank Stella, Sol Le Witt e Robert Smithson.

Esse grupo de artistas buscava estudar a composição e a estética do que era produzido, esculturas e pintura, seguindo a linha das suas estruturas bidimensionais ou tridimensionais e em alguns casos, levavam em consideração as instalações também.

Outro grupo que também merece destaque é aquele chamado de pós-minimalistas, fazem parte, Melvin Edwards, Tyrone Mirchell, Joel Shapiro e Martin Puryear. O que os distingue dos minimalistas é a falta da representatividade direta e as diferentes referências para um único objeto.

Minimalismo da Década de 1960
Minimalismo da Década de 1960

3 – O minimalismo no design

O minimalismo no design apareceu somente na década de 80 e alguns historiadores afirmam que foi uma consequência dos movimentos pós-modernos no design. Foi o momento em que surgiram oposições ao colorido, as formas exageradas e simbólicas. Os objetos passaram a ter uma redução nas formas e a preferência passou a ser por cores neutras ou a ausência do colorido.

O minimalismo também observou uma mudança forte nas formas, que foi a falta do uso dos aspectos ergonômicos. Era um modo de reduzir as formas dos produtos. Para conferir do que estamos falando, basta observar obras de Shiro Kuramata, Philippe Starck, John Pawson, entre outros.

4 – O minimalismo na música

Para entender do que se trata uma música minimalista é só observar quais foram as características usadas para determiná-la com essa nomenclatura, que são:

  • A repetição aparece com frequência de pequenos trechos na distância de longos períodos.
  • Estaticidade era o modo que os tons eram dados durante um longo período.
  • Os ritmos são considerados quase hipnóticos.

Alguns exemplos de artistas minimalistas da música: Erik Satie, Steve Reich, Arvo Part, Wim Mertens, John Coolidge, entre outros.

5 – O minimalismo na literatura

A literatura minimalista é aquela que fala pouco com menos palavras. Na prática, os autores usam menos advérbios e trocar os significados pela sugestão de contextos. Eles querem provocar o leitor a participar da criação a história e isso se faz através das dicas e insinuações encontradas durante a leitura. Em grande parte desse tipo de literatura, os personagens são inexpressivos, banais, pessoas comuns e nunca ricos fabulosos ou detetives superdotados de grande inteligência.

Uma grande referência da literatura do minimalismo é Ernest Hemingway e o livro que representa melhor o estilo é sua obra “Hills Like White Elephants”. O leitor precisa interpretar qual a entonação do personagem quando se expressa, já que o autor não deixa claro. Outro detalhe é em relação a paisagem da história que nunca é contada em detalhes.

Outro nome muito associado a literatura minimalista é do escritor Raymond Carver, que escreve contos em poucas linhas. No Brasil, podemos destacar os minicontos, que está associado ao movimento minimalista na literatura.

Alguns nomes que representa o minimalismo na literatura brasileira: Samir Mesquita, Carlos Seabra, Edson Rossatto e Tiago Moralles.

6 – O minimalismo também na linguística

Em 1995, Noam Chomsky lançou um programa de pesquisa sobre a linguagem minimalista, baseado na evolução da linguagem. Chamada de gramática gerativa chomskyana a sua base é que devem ser usadas o mínimo de ferramentas teóricas para explicar como foram formadas as sentenças gramaticais.

Na prática, na linguística minimalista são dispensados todos os elementos gramaticais, teóricos e lexical, que não sejam necessários para gerar sentenças.

Na sintaxe, a versão mais “extrema” é na sintaxe postula que mostra que existem dois itens funcionais e lexicais e que para conectar os elementos e gerar as frases, existe uma operação recursiva. Essa operação tem um nome: MERGE e ajuda a explicar alguns descolamentos como o “qu” em quando e quem que se deslocam para o início da frase. Essa operação recebe o nome de COPY. E segundo essa linha de estudos e pensamento, COPY e MERGE deveriam ser as únicas operações sintáticas a disposição no sistema de computadores, que acabam gerando aquelas usadas por nós. E seguindo essa linha, conclui-se que graças a esse pensamento é que surgiu a linguagem dos nos antepassados.

Nos dias atuais, sem dúvidas, a palavra ou melhor o estilo minimalista é mais ouvido em dois ambientes, no mundo da moda e do design, neste segundo, nos últimos anos um pouco menos, já que se observa uma forte tendência a mistura e inovações mais ousadas, de cores e formas. Já na moda, o estilo minimalista não só de vez em quando está em alta, como ganhou adeptos que não o abandonam. Alguns estilistas renomados, como o italiano Giorgio Armani, sempre seguiu a linha minimalista e é sucesso mundial, com o seu menos é mais.

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